quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Cara, eu sou O CARA

Partindo de uma análise de Rigacci Jr., o que transita por este mundo mongolóide é a auto-exaltação do eu em si, ou seja, a sintomatologia autotélica. Nesta leitura, nós temos uma manifestação altamente danosa, que chamamos de fundamentalismo.
O fundamentalismo tem uma postura muito radical, pois, para o fundamentalismo, o outro é sempre uma ameaça e precisa ser vencido, isto é, o outro é um obstáculo a ser destruído e eliminado. Não aceita o diálogo e o pluralismo, pois para esta ideologia não tem diálogo.
Dentro deste contexto, o eu É e o Tu é apenas uma coisificação barata sem presença, que canta seu desdém de péssimo gosto. Para Kojeve, os desejos são desejados, isto é, desejamos o que o outro deseja.
Para Descartes, o sujeito encontra sua identidade isolando-se do mundo e encerrando-se no seu pensamento ou, na verdade, é isolar-se do outro e enxergar nele apenas uma coisa sem valor. O EU SOU elimina o Tu e o Nós, só existe lugar para o tirano EU.
É o culto ao EU que celebra o espetáculo do egoísmo cínico que apologiza o "cada um por si e Deus por todos nós", que na verdade, é o Deus refém do EU. Neste sistema não existe lugar para a Teoria de Buber, que avalia no Liane do eu-tu-eu, ou seja, não há lugar para o eu.

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